Como controlar e evitar hipoglicemia e hiperglicemia

As palavras hiperglicemia e hipoglicemia fazem parte da rotina e do vocabulário de quem convive com diabetes. Se você não sabe o que é, com certeza já ouviu alguém falar sobre isso. As duas situações devem ser evitadas ao máximo para que os riscos de complicações por conta da doença sejam reduzidos ao longo do tempo. Mas, você sabe o que esses dois extremos relacionados aos níveis de glicose no sangue significam na prática? Neste texto, nós vamos esclarecer o que são, como identificar e tratar casos de hipoglicemia e hiperglicemia.

Hipoglicemia

A hipoglicemia é a complicação aguda mais frequente em pessoas com diabetes tipo 1, mas que também pode acontecer em indivíduos com diabetes tipo 2. Esse quadro, geralmente, é mais comum em pessoas que fazem o uso de insulina para controlar os níveis de açúcar. HIPO quer dizer pouco ou abaixou. GLICEMIA significa a quantidade de glicose acumulada no sangue.

Sendo assim, de forma prática, hipoglicemia é quando ocorre a redução dessa concentração de glicose e os índices ficam abaixo de 70 mg/dL1. É importante dizer que o açúcar no sangue é nossa principal fonte de energia e quando a hipoglicemia ocorre algumas funções do nosso corpo começam a falhar, isso afeta a cognição, reflexo e mobilidade.

Níveis de hipoglicemia

A hipoglicemia pode ser classificada em três níveis diferentes:

Nível 1 - serve como alerta de hipoglicemia quando o valor for menor que 70 mg/dL1.

Nível 2 - é significativa quando o valor for menor 54 mg/dL1. Ela indica uma hipoglicemia grave.

Nível 3 - considerada grave sendo que seu valor é menor que as taxas do nível 1 e 21. Ocorre um comprometimento cognitivo que requer assistência de um terceiro.

Sintomas hipoglicemia:

A queda de glicose pode provocar sintomas e sinais como:

  • Fome
  • Tremores
  • Sudorese
  • Fraqueza
  • Fadiga
  • Aceleração dos batimentos cardíacos
  • Dificuldades de pensar e falar
  • Crise convulsiva em casos graves
  • Perda da consciência em casos graves

 

Como tratar a hipoglicemia

Durante uma crise é essencial tomar medidas rápidas e eficazes. Ao apresentar sintoma leves de hipoglicemia, se possível, verifique antes os níveis de glicose para tratar e corrigir de forma assertiva.

Apesar da fome excessiva, é essencial controlar as quantidades, para uma pessoa adulta o ideal é ingerir de 15 a 20 gramas de carboidratos de absorção rápida2. Escolha carboidratos simples, como uma colher de sopa de açúcar dissolvida em água, uma colher de sopa de mel (evite para crianças com menos de um ano), um copo de 200 ml de refrigerante regular (não dietético), ou um copo de suco de laranja integral3. Faça a monitorização da glicose após 15 minutos para avaliar a resposta.

No caso das crianças, a quantidade de carboidratos para fazer a correção deve ser menor. Por isso, é importante conversar com o seu médico e entender a necessidade de cada um, de acordo com a idade, peso e altura.

Como evitar a hipoglicemia

Apesar de ocorrer com relativa frequência em pessoas com Diabetes tipo 1 e tipo 2 que fazem uso de insulina, a hipoglicemia não deve ser normalizada. É preciso evitar esses episódios que podem oferecer riscos. Caso você venha tendo muitas crises de glicose baixa, converse com seu médico para que ajustes sejam feitos em relação ao medicamento ou até mesmo a dosagem de insulina. Evite praticar atividade física em excesso e sem planejamento prévio. Ficar muitas horas sem se alimentar também aumenta a chance de hipoglicemia. A monitorização da glicose é fundamental para te ajudar na tomada de decisão.

Hiperglicemia

Quando uma pessoa recebe o diagnóstico de diabetes, significa que ou o pâncreas parou de produzir insulina ou que o órgão até continua produzindo, mas esse hormônio não está sendo suficiente e eficaz para colocar a glicose dentro da célula. Daí o aumento no índice de açúcar na corrente sanguínea.

Essa situação é chamada de hiperglicemia, sendo HIPER de muita e GLICEMIA da quantidade de glicose acumulada no sangue. Apesar de ser um quadro, muitas das vezes, silencioso e que não é sentido, oferece riscos ao longo do tempo para o organismo que fica exposto e vulnerável as complicações do diabetes.

A hiperglicemia pode ocorrer, por exemplo, quando a pessoa deixa de tomar a medicação como deveria, não faz o monitoramento da glicose, quando ingere alimentos em excesso e que deveriam ser evitados ou mantém um estilo de vida sedentário.

Os parâmetros que definem uma hiperglicemia, em pacientes com diagnóstico de diabetes, podem ser diferentes, em jejum se a concentração de glicose for igual ou superior a 130 miligramas por decilitro (mg/dL) é considerada um indicativo glicose elevada. Após uma refeição isso muda. Segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de diabetes, um valor de glicose maior que 180 mg/dL após 2 horas de uma refeição já é considerado hiperglicemia.14

Sintomas de uma hiperglicemia

Os níveis de açúcar no sangue sobem naturalmente após as refeições, o que não configura um quadro de hiperglicemia. Essa condição só se confirma quando os níveis de glicemia se mantêm altas mesmo em jejum ou horas após a ingestão de alimentos. Os principais sintomas são11:

  • sede excessiva
  • fome constante
  • vontade frequente para urinar
  • boca seca
  • sensação de formigamento nas pernas
  • visão turva
  • cansaço

Ao detectar esse tipo de situação é importante procurar pelo médico responsável para que os devidos ajustes sejam feitos, seja por meio da correção de hábitos alimentares e de atividade física ou de ajustes na medicação.

A hiperglicemia pode ser identificada e evitada a tempo por meio do monitoramento contínuo da glicose. Entender o padrão glicêmico e em que momentos os níveis de açúcar estão aumentando no organismo ajudam na tomada de decisão e evita que o corpo fique exposto por muito tempo à glicose elevada, o que aumenta o risco de complicações.

Tratamento da hiperglicemia

O tratamento da hiperglicemia começa com o monitoramento da glicose, que deve fazer parte do tratamento do diabetes. A partir do momento em que se sabe quanto está o nível de açúcar no sangue é possível tomar uma decisão a partir da prescrição médica. Para quem faz uso de insulina, é necessário fazer a aplicação da dosagem para corrigir a glicose alta.

Para quem faz o tratamento com medicamento via oral é necessário seguir e a recomendação médica e nunca abandonar o tratamento, afinal, diabetes é uma doença crônica. Além disso, manter uma rotina saudável de alimentação balanceada e atividade física ajudam a evitar as crises que podem não apresentar sintomas, mas oferecem risco graves de complicações no futuro.

A importância do monitoramento da glicose

O monitoramento regular dos níveis de glicose no sangue é um pilar fundamental no cuidado de pessoas que vivem com diabetes. Essa prática oferece visão valiosos sobre o controle da condição, mas também capacita indivíduos a tomar medidas proativas para manter sua saúde em equilíbrio.

Um estudo divulgado no periódico científico The Lancet, apontou que o monitoramento contínuo pode ser uma preciosa estratégia para evitar complicações em pessoas que vivem com a doença4. Os pesquisadores de 511 centros de diabetes da Áustria, Alemanha, Luxemburgo e Suíça avaliaram, durante 7 anos, mais de 32 mil pessoas com idades entre 1 ano e meio e 25 anos com diabetes tipo 1 e concluíram que pessoas que faziam uso de insulina e usavam dispositivos que fazem o monitoramento contínuo da glicose diminuíram os episódios de até de cetoacidose diabética.

Monitoramento Contínuo com Sensor

O monitoramento contínuo da glicose usando o FreeStyle Libre oferece um panorama completo do nível de açúcar no sangue. Como ele dá para avaliar o que aconteceu, o que está acontecendo no momento e até prever o que vai acontecer com os níveis de glicose, através das setas de tendência.

O sensor aplicado na pele mede continuamente a glicose no líquido intersticial, desta forma consegue apresentar um panorama mais fiel do perfil glicêmico5. Não existe limite de verificação, o processo é indolor6, discreto e prático, podendo ser realizado em qualquer lugar. Isso ajuda na adesão e até alivia a rotina de pais e crianças quando estão na escola ou dormindo.

Todos os dados registrados pelo sensor ficam armazenados8 e podem ser acessados pelo médico ou outro profissional de saúde que faz o acompanhamento por meio da plataforma FreeStyle LibreView7, desta forma as anotações dos resultados não são mais necessárias5.

O sensor FreeStyle Libre também permite identificar com mais clareza e precisão os principais fatores que podem influenciar na flutuação da glicose, como: tipo de alimento consumido e os impactos no controle do diabetes ou até a forma como seu corpo reage a prática de um determinado exercício físico, auxiliando no ajuste do tratamento e na adoção de hábitos mais saudáveis.

Além dessas vantagens, oferece resultados confiáveis9, gráficos e as setas de tendência que ajudam na jornada com o diabetes, oferecendo mais qualidade de vida, adesão ao tratamento e mais controle da glicose, reduzindo os riscos de complicações no futuro.

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REFERÊNCIAS:

  1. CAMPOS, Leticia Fuganti. Hipoglicemia: como tratar e evitar? Disponível em: https://diabetes.org.br/hipoglicemia-como-tratar-e-evitar/ Acesso em 04/09/2023
  2. CAMPOS, Leticia Fuganti. Hipoglicemia: qual a melhor forma de corrigir? Disponível em: https://diabetes.org.br/hipoglicemia-qual-a-melhor-forma-de-corrigir/ Acesso em: 19/08/2023
  3. ADJ Diabetes. O que é hiperglicemia? E o que causa hipoglicemia? Disponível em: https://adj.org.br/diabetes/cuidar-do-meu-dihttps://www.controlaradiabetes.pt/sobre-a-hiperglicemiaabetes/hipoglicemia-e-hiperglicemia/ Acesso em: 18/08/2023
  4. Prof. Beate Karges, MD, Sascha R Tittel, MS, Alexander Bey, MD, Clemens Freiberg, MD, Christof Klinkert, MD, Prof Olga Kordonouri, MD. Continuous glucose monitoring versus blood glucose monitoring for risk of severe hypoglycaemia and diabetic ketoacidosis in children, adolescents, and young adults with type 1 diabetes: a population-based study Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/landia/article/PIIS2213-8587(23)00061-X/fulltext?dgcid=raven_jbs_etoc_emailg/ Acesso em: 19/08/2023
  5. Para ter um panorama glicêmico completo ao longo dos últimos três meses, o sensor deve ser substituído a cada 14 dias e o sensor deve ser escaneado no mínimo uma vez a cada 8 horas.
  6. Haak, Thomas., et al. Flash glucose-sensing technology as a replacement for blood glucose monitoring for the management of insulin-treated type 2 diabetes: a multicenter, open-label randomized controlled trial. Diabetes Therapy 8.1 (2017): 55-73
  7. O site LibreView só é compatível com determinados sistemas operacionais e navegadores. Consulte www.libreview.com para obter informações adicionais
  8. O teste de ponta de dedo é necessário se as leituras não corresponderem aos sintomas ou expectativas.
  9. Bailey T et al. The Performance and Usability of a Factory-Calibrated Flash Glucose Monitoring System. Diabetes Technology & Therapeutics. 2015;17(11):787-794 *Com base na zona A e zona B da grade de erro de consenso
  10. Disponível em: https://diabetes.org.br/hipoglicemia-qual-a-melhor-forma-de-corrigir/
  11. Disponível em: Hyperglycemia (High Blood Glucose) | ADA (diabetes.org) Acesso em:15/09/23

ADC-79964 v1.0 08/23

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